O Ministério Público de Marechal Deodoro vai apoiar a Secretaria Municipal de Assistência Social e Conselho Tutelar do município, no combate a exploração do trabalho e do sexo infantil e adolescente. A ação será concentrada na praia do Francês. O anuncio foi feito pela promotora de Justiça de Marechal, Maria Aparecida, durante reunião na sede do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil. O encontro reuniu a promotora Maria Aparecida, a secretária de Assistência Social do município, Iolanda Alcântara, os conselheiros tutelares e representantes do Projovem, Cras, Casa de Passagem, Peti e os comerciantes que atuam na praia do Francês. Esclarecimentos A participação dos pais foi destacada no encontro. O Ministério Público e os representantes das entidades que atuam na defesa e na assistência social ouviram atentamente os lamentos de pais e mães que dependem do mercado ambulante para manter a família. O tráfico de drogas, segundo os pais, foi apontado como o principal motivo pelo grande número de crianças trabalhando. A promotora Maria Aparecida é contra o trabalho infantil, mas faz um alerta e orienta os pais. “Para evitar que os filhos fiquem expostos aos traficantes e aos aliciadores de menores, os pais podem levar seus filhos para ajudá-los a vender seus produtos na praia do Francês”. A promotora alertou aos integrantes da campanha para que fiscalizem os estabelecimentos. Ela pediu atenção de todos para evitar que menores estejam trabalhando. “Não podemos confundir ajuda aos pais com a exploração de menores”, disse a promotora, acrescentando que o Ministério Público dará total apoio aos representantes do Conselho Tutelar. “Os comerciantes que estejam explorando o trabalho infantil serão rigorosamente penalizados de acordo com a infração cometida. Quem passar dos limites vai ter que acertar as contas com a justiça”, disse a promotora. Entre a cruz e a espada José dos Santos, de 45, mora em Taperaguá. Ele é vendedor ambulante e, aos sábados e domingos, leva os três filhos menores para a praia do Francês. Os garotos ajudam na venda de queijos, na praia. “Meus filhos estudam na escola do município e participam do Peti, mas aos sábados e domingos, quando não tem aula eu os levo para a praia, para me ajudar. O local que eu moro está infestado de traficantes e aliciadores de menores. Tenho filhos de 14,15 e uma menina de 13 anos. Se deixá-los em casa estou concorrendo para que sejam marginais ou prostituta. Se levo para que me ajudem poderei ser penalizado. Gostaria de saber o que vou fazer?”, questionou o comerciante. A promotora respondeu que o município está disponibilizando vários cursos profissionalizantes, além do Peti, do Projovem e do Cras, todos trabalhando na inclusão social. “Eles podem lhe ajudar no trabalho, desde que você esteja presente. Vender queijo não é ofício para ninguém e cada um deve pensar no melhor para os filhos", destacou a promotora. A secretaria Iolanda Alcântara reforçou o pensamento da promotora. “Os pais que não tiverem os filhos nos programas do governo federal devem procurar o Peti, Projoivem e Cras. É importante que cada um faça sua parte para que essas crianças e adolescentes tenham uma oportunidade”, destacou a secretária.