Celebração da Procissão do Fogaréu leva fiéis e demonstrações de fé as ruas de Marechal Deodoro
Tradição perdida há mais de 200 anos foi retomada pela Igreja Católica e comoveu fiéis deodorenses
Secom Marechal Deodoro
Homens descalços, vestes negas com capuz, tochas nas mãos e passos acelerados ao som dos tambores. Assim foi a Procissão do Fogaréu em Marechal Deodoro. Uma celebração que marca o fim da Quinta-feira Santa e o começo da Sexta-feira da Paixão (15) com representação da prisão de Jesus Cristo.
Uma tradição que havia se perdido há quase 200 anos foi resgatada pela Igreja Católica levando fiés que marcharam acelerados na busca por Jesus Cristo. Momentos marcantes de fé que possibilitaram muitos encontros ao longo do percurso pelas ruas do centro histórico da cidade.
A procissão logo se tornou um caminho iluminado por tochas e velas, possibilitando vários encontros de fé. Pessoas que, para alimentar sua fé, acompanhavam os Farricocos, para encontrar Jesus Cristo, o mesmo que horas antes foi representado em várias igrejas ao redor do planeta instituindo a Eucaristia.
Pelas ruas do percurso, outros tantos, que usando velas esperavam pela passagem do cordão de representantes do exército judeu, que ostentava uma imagem de Cristo para deixar claro aquele que perseguem.
Desde a saída, na Igreja Conventual Santa Maria Madalena, e passando pelas Ruas São Francisco de Assis, Santa Maria Madalena, São Pedro e 18 do Forte de Copacabana, até o retorno a Igreja Conventual várias demonstrações de fé, representadas pelas luzes de pequenas velas, como a segurada por dona Maria do Socorro.
“A gente só via algo assim na televisão, fiquei muito feliz quando soube que o padre [Luciano Duarte] estava organizando essa procissão”, disse a fiel Maria do Socorro.
O ritmo acelerado da procissão só foi interrompido uma única vez. O cordão de fogo fez uma para para representar a prisão de Jesus Cristo em frente ao prédio da Prefeitura de Marechal Deodoro. Onde o padre Luciano Duarte lembrou as escrituras e comemorou o resgate da tradição.
“Ele poderia ter evitado a morte, como diz a Carta aos Hebreus. E Deus o livrou da morte e fez dele a luz do mundo. Esse entrega do filho de Deus, que foi por todos nós, essa entrega que que tem nome, que a Graça de Deus é podermos reviver como cidade, como comunidade que reza essa tradição”, disse o padre Luciano de uma das janelas da Prefeitura de Marechal Deodoro.
Para o prefeito Cláudio Filho Cacau, a retomada da Procissão do Fogaréu é um grande marco para a comunidade católica, mas é também um grande momento de resgate histórico de Marechal Deodoro.
“A história em Marechal está nas ruas, nas fachadas das casas, nos nomes das pessoas, nos livros de história de Alagoas e do Brasil. Mas não é apenas isso, está nas celebrações religiosas. Fiquei muito emocionados em ver as nossas ruas tomadas pelas pessoas com tuas demonstrações de fé”, concluiu Cacau.