Gustavo Lacombe: escritor carioca emociona e encanta jovens deodorenses no Café Literário
Com público majoritariamente feminino, o jornalista escreve para adolescentes que como ele já teve grandes experiências amorosas
Texto: Sthefane Ferreira (estagiária) / Fotos: Wellington Alves
Jovem simples, carioca de corpo e alma, jornalista e escritor por prazer. Esse é Gustavo Lacombe, aquele que acredita no amor bonito, mesmo que para ele, o amor possua algumas faces não tão bonitas assim. Ele esteve presente no segundo dia do Café Literário, da 8º Flimar, na tarde desta sexta-feira (24).
Lacombe escreve para jovens, que como ele já tiveram grandes experiências no amor, e gostam de poesias leves com grandes reflexões. Em uma hora de bate papo dividiu um pouco de suas experiências e inspirações para os jovens que atentos o escutavam.
Encantando a todos os olhares, Gustavo abordou temas comuns entre os adolescentes que são muito ligados a internet e outras tecnologias. Durante sua palestra, contou de onde vêm suas inspirações, o quanto a música é responsável por isso e sobre a mulher interior que existe dentro dele, baseada na cantora Alcione.
“Inspiração eu acho que você tira de você mesmo, das músicas que escuta, das experiências que vive e das coisas que ler. Eu me inspiro muito ouvindo uma música, posso ouvir uma música agora e vir várias inspirações”, disse.
Além disso, comentou também sobre como as pessoas se posicionam nas redes sociais, enfatizando que ninguém gosta de postar coisas ruins, problemas pessoais e, para ele, as pessoas mostram apenas o bonito, mesmo que não seja aquilo que esteja vivendo no momento.
“Nas redes sociais, todo mundo é feliz, todo é fitness, só tem foto de comida. Eu tenho um amigo que o Instagram dele é a coisa mais bonita do mundo. Se vocês olharem, não diz que ele saiu de uma depressão, que ele tentou se matar. As pessoas não gostam de mostrar seus problemas”, destacou.
No final do bate-papo, leu um poema do seu primeiro livro ‘Destino, acaso ou algo mais forte’, livro que escreveu inspirado em uma ex- namorada, além de agradecer por mais uma vez voltar ao estado de Alagoas. “Estou muito feliz em estar aqui em Marechal Deodoro, poder voltar para o estado é um prazer enorme”, disse antes de ler o poema.
Poema Pequena notável
Ela é comum e mais uma na multidão. Insegura, tem medo que seus sonhos não se realizem. Mas sua vontade de lutar é especial. Os amigos a adoram, só não gostam quando está carente. Fica mole e pedindo colo. Nada parecido com aquela menina cheia de si e segura assim que suas conquistas começam a figurar no horizonte. Complicada? Ela nunca quis ser fácil de entender. A não ser quando ela se descomplica pra alguém. Estar só, às vezes, é alívio. Encontrar um amor? Mais um sonho. Pode ser numa esquina, abrindo a porta, lendo um livro no parque, ou em qualquer uma das suas atividades de mulher independente e de casca grossa. Comum? Sim. Como ela existe milhares de mulheres, mas não é por causa disso que ela não pode ser chamada de notável. Pequena, cabe num abraço apertado, num sonho planejado, num salto bem alto, numa frase do Caio, num verso do Tom, num gesto raro, num livro bom, num diferente penteado, numa roupa provocante, numa única solidão, no fundo de uma taça de champanhe. Só não consegue caber numa única definição.
Direito e Literatura
Ainda no Café Literário, os advogados Luciano Guimarães e Luiz Guilherme deram uma aula sobre a importância da literatura no direito e a ferramenta da comunicação.
Citando grandes livros da literatura brasileira e internacional o advogado e especialista em Direito Público, Luciano Guimarães, contou como os livros foram importantes durante toda sua formação. Fazendo uma ligação entre as histórias lidas e a atualidade.
Segundo ele, é dos livros que as pessoas tiram uma das maiores capacidades que é escrever. “A saída da crise é a educação”, afirmou o advogado.
Já no bate papo com o também advogado, Luiz Guilherme, ele levantou questões como a hermenêutica, discussão sobre a verdade e a importância da literatura no conhecimento de um advogado.
Para ele, os advogados não devem ler apenas livros de direito, mas ler todos os tipos de literatura, e que pelo fato de do Direito não ser uma ciência exata, tem muitas versões e interpretações diferentes.
“Nós advogados, temos que fazer da nossa profissão um romance literário, e se não houver interesse na educação, a gente não consegue mudar o país”, afirmou.