Encontro de escritoras alagoanas abre Auditório Tavares Bastos no último dia da 8ª Flimar
Amor próprio, inspirações e empoderamento foram temas de mesa-redonda durante tarde na praça Pedro Paulino, em Marechal Deodoro
Texto: Felipe Miranda/ Fotos: Hiarlley Sabino
Literatura cura, acalenta, distrai e enriquece. Literatura liberta. Na última tarde de encontros literários do Auditório Tavares Bastos, um grupo de autoras alagoanas emocionaram o público contando sobre processos de criação e inserção na Literatura como profissão. Na mesa-redonda “Sou Mulher e Escrevo”, Amanda Prado, Érica Martins, Lisley Nogueira, Marta Eugênia, Elaine Raposo e Arriete Vilela abriram a tarde deste sábado (25) na 8ª Festa Literária de Marechal Deodoro.
“Eu morava em uma dessas casas aqui da frente. Já nem lembro qual exatamente, mas lembro de usar sempre uns vestidinhos que minha mães costurava. Eu atravessava a rua todo finalzinho de tarde e ficava aqui na praça. Sozinha. Nunca tive amigos, nunca brinquei e nunca ganhei um abraço. Saí de Marechal Deodoro por ordens médicas”, relatou a escritora Arriete Vilela. Dessa experiência ela fez arte. Escreveu o livro “Abraços”, uma das obras mais conhecidas dela.
Transformar sentimento em verso foi algo libertador para todas as mulheres da mesa. Como se imprimir no papel aquilo que aflige a alma fosse terapêutico. À praça Pedro Paulino, o público pode ouvir relatos de empoderamento. É que a escritora Érica Martins aceitou o desafio de publicar de forma independente o próprio livro. Envolvida em todos os processos de produção, desde a própria criação até a diagramação e distribuição do livro, ela conta que a tarefa significou para ela algo parecido como liberdade.
“A gente que é mulher cresce com essa sensação de dependência. Geralmente do homem, como se precisássemos de um para fazer algo. Esse processo de produção do meu livro veio da vontade de não depender de ninguém. De tomar conta de todos os processos.”