Um ônibus atropelou uma criança por volta das 6h desta manhã, no povoado das Malhadas, em Marechal Deodoro. O motorista da empresa Real Alagoas fugiu. Márcio dos Santos Borges, ll anos, foi levado em estado grave para o HGE em Maceió. A situação foi suficiente para que a população se revoltasse. Parentes e vizinhos da vítima apedrejaram e colocaram fogo no ônibus. A pista foi interditada. O trânsito nos dois lados da AL 215 ficou interrompido. Dezenas de outros ônibus que levavam trabalhadores e estudantes, foram impedidos de circular. Pessoas que estavam a caminho do trabalho em vans de transporte alternativo, também tiveram que esperar no trânsito parado. TUMULTO A Polícia Militar tentou intervir com o centro de gerenciamento de crises e durante horas tentou a liberação do trânsito. Mas a população revoltada não queria negociar. “Nós queremos a instalação de uma lombada, placa de sinalização e tudo o que possa evitar que outras crianças sejam atropeladas aqui”, gritava uma moradora. “Isso aqui é um absurdo, não existe uma coisa dessas”, gritava outra. “A polícia tem que vir aqui pra cuidar do trânsito e não para querer bater no povo no meio da rua, como agora”, gritava outro morador que no meio do tumulto, arrancava palavrões direcionados aos policiais e vários outros insultos. AMEAÇA Já por volta das 10h, alguns rapazes amarraram cordas no que sobrou da estrutura do ônibus e tentaram virá-lo na pista. A polícia acompanhava tudo à distância. Vários órgãos de imprensa também estiveram no local. Um repórter chegou a ser insultado e saiu do meio da multidão que ameaçava agredi-lo.As pessoas se mostravam cada vez mais agressivas, na medida em que aumentava a demora do DER em dar uma resposta positiva à solicitação de lombada e sinalização da via estadual. PISTA LIBERADA Depois de muita conversa, por volta das 11h a pista foi liberada mais ou menos no mesmo tempo em que começou a cair uma leve chuva no local. Policiais do DER estiveram conversando com os moradores juntamente com os membros do Centro de Gerenciamento de Crises, que se prontificaram a levar as reivindicações às autoridades estaduais, à quem compete a manutenção daquela rodovia.