02 / 09 / 10

Meio ambiente mostra na FLIMAR as potencialidades dos produtos reaproveitáveis

Fomos acostumados a associar esta palavra à sujeira, imundice, restos. Derivada do latim lix (cinza), o lixo tecnicamente é conhecido como “Resíduo Sólido Urbano” (RSU). Se até o começo da Revolução Industrial o lixo era composto basicamente de restos e sobras de alimentos, a partir dessa era passou a ser identificado, também, por todo e qualquer material descartado e rejeitado pela sociedade. O desenvolvimento para o conforto e o bem-estar humanos produzido a partir da Revolução Industrial levou à intensificação do material descartado, ocasionando um aumento da quantidade de resíduos gerados e não utilizados pelo Homem, muitos deles provocando a contaminação do meio ambiente e trazendo riscos à saúde humana, basicamente nas áreas urbanas. Pior. O crescimento das áreas urbanas não levou em consideração a necessidade de adequação de locais específicos para depósito e tratamento dos resíduos sólidos. No Brasil de hoje, por exemplo, estima-se que a produção anual de lixo esteja em torno de 44 milhões de toneladas, sendo que a maior parte dos resíduos recolhidos nos centros urbanos é simplesmente jogada sem qualquer cuidado em depósitos existentes nas periferias das cidades. A miséria socioeconômica brasileira faz com que o lixo acabe se transformando numa fonte de sustento para milhares de pessoas, adultos e crianças, homens e mulheres. Segundo a UNICEF, 45 mil crianças e adolescentes brasileiros vivem da garimpagem do lixo. São filhos de famílias muito pobres que ajudam os pais a catar embalagens plásticas, papéis, latinhas de alumínio, a separar vidros e restos de comida. Os meninos e meninas de todas as idades ganham míseros R$ 1 a R$ 6 diários, mas que ajudam a aumentar a renda de suas famílias. Uma das iniciativas louváveis – e que vai de encontro a essa vergonhosa situação – é o Projeto “Reciclar Para Melhorar”, implantado pela Secretaria do Meio Ambiente de Marechal Deodoro. Neste segundo dia da 1ª Festa Literária de Marechal Deodoro (FLIMAR), o secretário do Meio Ambiente do município, Erikson Melo, proferiu palestras para estudantes da rede municipal, sobre a importância da coleta seletiva e as possibilidades de renda com o os objetos reaproveitáveis. “Podemos transformar uma vida dura num mundo melhor, desde cada um saiba o como direcionar os resíduos gerados pela sociedade”, advertiu o secretário. Para estudante Fabio Lemos, de 11 anos, a palestras serviu para mostrar à futura geração, os benefícios que as crianças e adolescentes podem gerar com a correta utilização dos reaproveitáveis. “Aprendi aqui que posso ajudar a minha mãe a separar o lixo. A sobrevivência do meio ambiente depende de mim. Vou dizer isso pra ela”, disse o estudante. Já Henrique Gomes, de 10 anos, saiu da palestra com a sensação de dever cumprido. “Eu quero ser biólogo. Gosto de bico, de mato e agora aprendi que os animais e as nossas matas podem morrer se a gente jogar lixo na rua, no rio e na lagoa. Foi muito bom”, relatou Henrique.