Crônica do Carlito Lima: Marechal, “Capital da Cultura”
Há quem diga, Marechal Deodoro é uma das cidades históricas mais bonitas do Brasil. Eu sou um deles. Difícil um município ter uma variedade de predicados, arquitetura barroca, história, casarões, arte sacra. Marechal Deodoro, antiga Santa Maria Magdalena da Alagoa do Sul, é uma terra musical, quatro bandas filarmônicas, ainda tem privilégio em ser banhada por belíssimas praias, Francês, Barra Nova, e pelo complexo exuberante de lagoas e canais. Nesse local abençoado foi realizada, semana passada, a 1ª Festa Literária. Sucesso absoluto, competência da equipe do Prefeito Cristiano Matheus. A FLIMAR teve maior empenho de trabalho junto às crianças, incentivo à leitura com palestras, brincadeiras lúdicas, contação de história. A Secretaria Municipal de Educação, tendo à frente a educadora Flávia Célia e o PROLER coordenado por Maria Luíza Russo, organizaram eventos infantis nas praças e escolas. As crianças de olhares atentos encheram-se de entusiasmo pela leitura. Além das palestras de escritores brilhantes, houve apresentação de nossa cultura e arte em diversos segmentos: música, folclore, dança. Foram quatro dias de encantamento. Para melhor entender a importância da FLIMAR, seguem alguns depoimentos de participantes: “Todos trabalhamos juntos na realização desta festa. Foi uma luta muito grande de minha equipe para que tudo acontecesse sem falhas. Agradeço aos artistas, escritores que participaram ativamente do evento, indo às escolas do município, transmitindo ensinamentos culturais e incentivando a leitura aos alunos da rede.” Cristiano Matheus – Prefeito de Marechal. “Em primeiro lugar o encanto da cidade, eu vim olhando, olhando e olhando, fui sendo possuído pela cidade, o clima gostoso, uma gente hospitaleira e uma platéia com uma energia tão boa, espero que isso se multiplique, é fundamental que Marechal faça isso sempre e em pouco tempo se igualar à feira de Porto Alegre, que tem mais de 50 anos. Essa feira foi importante para mudar a cultura da cidade, do estado e do Brasil. Gostei bastante de ter encontrado um povo que hoje respira o espírito de cidadão.” Loyola Brandão. – escritor – São Paulo “Levo o encantamento de conhecer essa cidade que é uma graça, muito linda. Não só pela beleza, mas, por estar bastante preservada, coisa rara no Brasil, é uma alegria. Segundo, é uma festa literária com tanta gente envolvida, gosto que tem muita escola na programação. Isso é importante porque nós estamos fazendo essas festas, para fazer novos leitores, para seduzir, encontrar a beleza do livro e da leitura. Então é uma alegria em ver uma programação tão intensamente dirigida às crianças” – Marina Colassanti –escritora – Rio. “Alguns momentos dessa Flimar foram marcantes para mim: a palestra intimista e sedutora de Ignácio de Loyola Brandão sobre a arte de escrever; o encontro com Antônio Torres a aliciar o público para a crônica e a poesia; o reencontro com o poeta José Inácio Vieira de Melo (autor dessa jóia de poema, conciso e denso: “Perdido sem lua nem uivo / para mim só tem um caminho: / riscar esporas no vazio.”) e com amigos queridos como Luiz Berto e Maurício Melo Júnior; o conhecimento da obra instigante do contista Ovídio Poli Junior (“Sobre Homens e Bestas”); as notícias de Ricardo Oiticica, pesquisador/provocador da melhor estirpe); o papo com o escritor e blogueiro alagoano Geraldo Majella; o contato imediato com os argentinos José e Adriana Ruiz. Caso à parte, a comovente conferência da poeta e contista Marina Colassanti, uma lição de amor pela leitura, bela e contagiante.” Homero Fonseca – escritor- Pernambuco. “Quando a família pontifícia chegou ao histórico edifício “A Casa do Marechal”, no qual existe um belíssimo e confortável auditório, foi recebida por um grupo da bexiga lixa, comandado pela poetisa alagoana Simone Moura e Mendes, a nossa comparsa do blog Uma Vida em Poesia que, a partir deste momento, é a mais nova madre da ICAS. Nossa participação foi num debate sob o título de “O Blog e o Site Como Literatura”. Auditório cheio, muitas perguntas e muita participação dos presentes. Fiquei pra lá de satisfeito com a curiosidade das pessoas tanto pelo JBF quanto pela Igreja Sertaneja. Além do Cardeal Carlito Lima, tivemos a felicidade de contar na platéia com a presença do grande escritor brasileiro Ignácio de Loyola Brandão, um paulista que eu admiro desde os anos 70, e um dos participantes do FLIMAR. Foi arretado!” Luiz Berto Filho-editor do Jornal da Besta Fubana e Papa da ICAS.