Preservação ambiental em Marechal será discutida em reunião na Capitania dos Portos
O secretário municipal do Meio Ambiente de Marechal Deodoro, Erikson Melo, estará reunido na manhã desta quinta-feira com o comandante da Capitania dos Portos, capitão Carlos Henrique Vasconcelos Martins. No encontro eles vão definir o ordenamento das atividades turísticas no município de Marechal Deodoro, especialmente na praia do Francês. Também participarão da reunião representantes do Ministério Público Federal e Estadual, Gerenciamento Costeiro do Estado (ligado ao Instituto do Meio Ambiente), Colônia dos Pescadores, além do presidente da Câmara de Vereadores, Neilton Costa, e do secretário municipal do Turismo, Carlos Roberts. “Vamos discutir esse ordenamento e disciplinamento das atividades turísticas em toda nossa orla marítima e lagunar, a exemplo das embarcações com fundo de vidro, as bananas bolt e outros tipos de atividades, principalmente a circulação de veículos motorizados nas praias, colocando em risco a vida das tartarugas”, alerta Erikson Melo. Segundo o secretário do Meio Ambiente deodorense, “não existe proibição específica para esse tipo de atividade, mas elas estão acontecendo de uma forma completamente desordenada e oferecendo risco aos freqüentadores das praias, principalmente a do Francês onde o número de banhistas vem aumentando paulatinamente. Vamos determinar o local de embarque e desembarque, para que eles não fiquem parando em qualquer lugar, como também vamos colocar ordenamento no momento de pegar o turista, porque observamos, muitas vezes, duas ou três embarcações disputando o turista. Vamos determinar a implantação de uma fila para impedir esses contratemos”, esclarece Erikson Melo. Meio ambiente e você Os cartazes com o tema “Meio Ambiente e Você” serão fixados em hotéis, pousadas, restaurantes e bares. “Destruir ninhos ou apanhar ovos de tartaruga é crime ambiental sujeito a penalidades previstas na Lei Federal nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998. Nossa preocupação é como grande número de veículos automotores, a exemplo dos quadricículos. Por exemplo: as marcas deixadas pelos pneus são bem profundas, o que impede que os filhotes consigam chegar ao mar. Os veículos motorizados compactam os ninhos e as tartarugas não conseguem sair, quando não destroem os ovos. Vamos iniciar esse trabalho de orientação para, em seguida, penalizar os reincidentes através da lei”, adverte o secretário Erikson Melo. Plástico também mata tartaruga Uma pesquisa feita em 2009 pelo Projeto Tamar, em cinco estados brasileiros – Ceará, Sergipe, Bahia, Espírito Santo, São Paulo e Santa Catarina – revela que de cada 10 tartarugas mortas, quatro morreram porque ingeriram lixo. Dentro de uma única tartaruga verde encontrada no litoral capixaba tinha plástico de todo jeito e tamanho, pedaço de canudo e até tampa de garrafa pet. "Essa quantidade de lixo para um animal pequeno, um animal que tinha por volta de quatro anos, isso é fatal", explica Henrique Filgueiras, coordenador do Projeto Tamar em Regência, no Espírito Santo. O bicho confunde o plástico com o seu alimento, as algas, e o material não é digerido, fica no estômago do animal impedindo que se alimente. Além disso, ele não consegue mais afundar, tem dificuldade para respirar. Precisa de tratamento urgente, à base de soro. Uma papa verde, mistura de peixe e couve, é para o animal já mais forte, que tenta sobreviver. "Pode ser que ela contribua para eliminar esse lixo que tiver, se a obstrução não for muito grande já, não for muito severa", conta a veterinária Jéssica Ribeiro.