O Prefeito Cristiano Matheus e representantes de várias categorias dos servidores públicos do setor de saúde de Marechal Deodoro, se encontraram na tarde desta sexta-feira. Em pauta, assuntos como os rumos que a saúde municipal deverá tomar e o salário do funcionalismol.
O encontro foi demorado e tratou de assuntos sérios, mas com clima descontraído e até informal. O Prefeito ouviu reclamações como falta de condições adequadas para que os servidores da saúde pudessem desenvolver seu papel em toda sua plenitude de profissionalismo. Ele ouviu reclamações como a precariedade das instalações dos postos de saúde, a exposição ao risco de servidores que trabalham em ambiente de insalubridade e também pedido de aumento salarial.
O agente de saúde, Sebastião Oliveira, foi um dos servidores que participaram da reunião. Ele expôs que desempenha a função há pelo menos cinco anos e jamais teve aumento salarial. E que as cobranças de seus superiores e da comunidade é intensa. Pois todos entendem a importância do papel do agente de saúde e o prejuízo coletivo que qualquer ausência de um agente de saúde, pode causar à população.
Vários servidores reclamaram, além das condições de trabalho, da defasagem salaria. Alguns disseram que o último aumento concedido pela Prefeitura foi em 2004. Outros garantem que o último aumento aconteceu em 2005. Mas o consenso é de que os salários estão muito defasados e não se pode esperar muito mais por qualquer reposição de perda. O presidente do Sindicato dos Servidores Municipais de Marechal Deodoro – Sinmad, Josivaldo Severino da Silva, endossou a reivindicação dos servidores, lembrando que a partir de segunda-feira a Prefeitura iniciará o recadastramento de todos os funcionários do setor. A partir daí, será possível constatar situações como a de um auxiliar de enfermagem que está no quadro fixo há 6 anos com um salário de R$ 650,00 enquanto outro servidor, com a mesma função, mesma carga horária e mesmo tempo de serviço, recebe perto de R$ 1.100,00 mensais. "Isto acontecia porque antes não se tinha um critério exato para conceder aumento", lembrou o presidente do sindicato.

ESTRUTURA DE TRABALHO

Depois de ouvir atentamente à todas as reivindicações, Cristiano Matheus lembrou que quando visitou o hospital 24 horas pela primeira vez, encontrou na emergência uma cama enferrujada escorada com um pedaço de tijolo. Lembrou que havia sinais de abandono e falta de higiene por ausência de material de limpeza, por todas as instalações, até mesmo da maternidade. E que não conseguiu entender porque as autoridades sanitárias e os próprios servidores permitiram uma situação como aquela durante tantos anos.
Para que o problema do hospital 24 horas fosse resolvido, Cristiano Matheus contou que se reuniu com o Governador Teotonio Vilella Filho, e nos próximos meses deverá iniciar uma reforma completa daquelas instalações. "Serão aplicados recursos do Estado e do município para reformar o 24 horas", disse o Prefeito. O mesmo deverá acontecer com a maternidade. "Pois hoje muitas crianças não nascem em Marechal. Quem tem uma condição um pouco melhor, leva a mulher para ter filho à um hospital de Maceió", lamentou o Prefeito, que também garantiu que fará melhorias naquelas instalações nos próximos meses.
Cristiano também revelou que está pronto um estudo de reforma e ampliação de todos os postos de saúde do município. Ele citou como exemplo, uma planilha de custo de reforma de quatro postos de saúde, que custarão perto de R$ 200 mil aos cofres do município. "Mas vamos fazer, porque é necessário e urgente", disse Cristiano, que também lembrou o problema da falta de remédio nos primeiros dias de sua administração, quando a cidade não tinha dinheiro em caixa e estava devendo aos fornecedores. E para piorar a situação, todos os estoques estavam zerados. "Todo mundo sabe como pegamos esta prefeitura. E vamos colocar a casa em ordem. Para isto estamos trabalhando, e com ajuda dos servidores, vamos conseguir", disse otimista.

AUMENTO PARA OS SERVIDORES DA SAÚDE

Outra reclamação dos servidores da saúde é de que a falta de aumento nos últimos cinco ou seis anos, causou o maior arroxo salarial da história do funcionalismo público de Marechal Deodoro. Ainda durante a reunião foi colocada a denúncia de que alguns apadrinhados políticos nos anos anteriores, tiveram aumento salarial. Isto causou uma desigualdade muito grande em diversos setores. Como enfermagem, áreas médicas, atendimento, agentes de endemias e até mesmo entre agentes de saúde.
Cristiano Matheus esclareceu que há alguns meses sua equipe técnica está colocando em prática um plano de ação para valorização do servidor público. Este plano prevê o recadastramento de todos os funcionários da prefeitura, por setor. Isto já foi feito na educação, cujo resultado servirá para corrigir eventuais distorções. E o mesmo será feito, a partir de segunda-feira, no setor de saúde. Quando à aumento salarial, Cristiano disse que atualmente a folha de pagamento de Marechal Deodoro corresponde a R$ 2,8 milhões mensais. Isto significa que quase 52% da arrecadação do município está comprometida com a folha.
E que a chamada lei de responsabilidade fiscal, não permite que se gaste mais que 54% da arrecadação com pagamento de funcionário. "Vamos fazer as contas, juntamente com os servidores e, juntos, vamos decidir quando poderemos ter aumento, qual será o percentual. E se esse percentual será por categoria ou se será igual para todos", encerrou Cristiano.