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Cais da lancha se transforma no Mercado do Milho

Festejos juninos é sinônimo de mesa farta com bolo de milho, canjica, munguzá e outros derivados do amido tão apreciado pela culinária nordestina. Em Marechal Deodoro a história não é diferente. Tanto que nesta época o Cais da Lancha, no centro histórico, se transforma num local para o mercado informal do milho verde. Todos os dias, toneladas de espigas são comercializadas no local. O que garante a matéria prima para as donas de casa que não abrem mão dos pratos típicos e o lucro dos comerciantes.
Ivo da Silva, 44 anos, há oito trabalha com venda de milho. Todos os dias ele vem da cidade de União dos Palmares e se instala cedo no centro histórico de Marechal Deodoro. Na manhã desta terça-feira ele trouxe aproximadamente 10.500 espigas e às 9h sua expectativa era de ter vendido tudo até às 16h. O milho é comercializado à R$ 0,50 a espiga ou então a R$ 20,00 a "mão". Cada "mão" de milho corresponde à 50 espigas. Esta tem sido a rotina de Ivo desde que começaram os festejos juninos. Ele diz que não se pode ficar rico neste ramo. Mas o lucro é garantido. "Sempre dá pra comprar uma coisinha a mais lá pra casa", revela.
Outro comerciante que trabalha duro nesta época do ano é Francisco da Silva, 54 anos, há 20 no ramo. Diferente da maioria, é ele quem planta e colhe o próprio milho comercializado. Ele conta que assim consegue um preço melhor pelo produto. Para Francisco, a colheita deste ano não foi lá das boas. "Saiu um milho fraco demais pra todo mundo. Muita irrigação e adubo, mas não adiantou muito. Em todo canto o milho tá assim. O tempo não ajudou", diz o homem que plantou aproximadamente 3,5 hectares e colheu aproximadamente 20 mil espigas.
Já a dona de casa Maria Cícera da Silva, 27 anos, moradora do centro, agradece a safra que todas as manhãs é trazida para Marechal Deodoro. Ela diz que se junta com as irmãs, tias e outros parentes para limpar as espigas e preparar as guloseimas. É uma tradição que há décadas passa de geração em geração e Maria Cícera faz questão de preservar. "Uma porque é muito gostoso preparar tudo com milho. E outra porquebastante mulher junto fala um monte de besteira e é divertido", diz.
Questão de emprego, culinária ou tradição, junho é sinônimo de festa. E é impossível desvincular festa junina do milho verde. Portanto, o sabor verde e amarelo é sempre muito bem vindo nos pratos.

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